Chamo-me Raposinho e não sei como nem quando vim parar ao canil . Sempre me lembro de cá estar. Também me lembro do dia, há cerca de uma ano, em que uma senhora a quem tinha falecido um cocker, me escolheu por ser pequeno e me levou para sua casa logo pela manhã. É verdade que não confio muito nas pessoas assim logo de entrada,mas portei-me como um cão doméstico: tomei banho sem protestar, fui ao colo e à trela ser apresentado a várias vizinhas, andei a passear o dia todo de casa em casa. Tinha uma família!
Por volta das 23 horas, estava eu profundamente adormecido na caminha que me indicaram, quando chegou o meu novo dono,a quem eu nunca tinha visto e, por me achar graça, apertou-me o focinho.Eu acordei de repente, assustado e...trinquei-o. Bem sei que o pobre homem tinha boa intenção, mas este pobre cão assustou-se ao ser acordado com uma mão a abafar o focinho, por um desconhecido e numa casa estranha. Ainda tentei emendar, escondendo-me a um canto, a ganir, mas o mal estava feito. A minha nova dona pegou-me imediatamente pelo cachaço e levou-me a casa da voluntária que me tinha dado para adopção. Era quase meia-noite.
No dia seguinte, regressei ao canil. Aqui é menos confortável, mas não me julgam por um comportamento normal em qualquer cão exausto e em terra estranha.
Gostava de que me tivesse sido dada uma segunda oportunidade. Ainda aqui estou. Disponível.
Batam patas!!! A Ana Santos, que já foi uma excelente madrinha para a minha vizinha Tieta, agora desaparecida, quis ser minha madrinha!!! Obrigada, Ana!
E tu? Queres ser meu dono?
A idade não perdoa...Passou os últimos tempos a carne cozida por não ter dentes para ração, foi acarinhado, assistido...mas agora partiu para o céu dos cães.
Adeus, raposinho! Lamentamos que nunca tenhas sido adoptado!
(27 Outubro 1011)
A idade não perdoa...Passou os últimos tempos a carne cozida por não ter dentes para ração, foi acarinhado, assistido...mas agora partiu para o céu dos cães.
Adeus, raposinho! Lamentamos que nunca tenhas sido adoptado!
(27 Outubro 1011)
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